Testemunhos

José-Augusto França, s.d.

José-Augusto França

Historiador e crítico de arte


Os grupos de amigos dos museus têm um útil papel de dinamização da suas imagens, além do apoio social, intelectual e económico que possam dar. No caso do Museu do Chiado, esse papel deve tentar assumir uma importância à altura da responsabilidade nacional (e porque não internacional?) do próprio museu. No quadro da pedagogia cultural que lhe cabe – e no gosto que Lisboa possa entender.

José-Augusto França
11 de abril de 2014

Fernando Rosa Dias

Professor Auxiliar da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa
Presidente da Assembleia-Geral dos Amigos do Museu do Chiado


Ser amigo do Museu… e do Chiado

Num mundo onde tudo passa depressa, onde os objectos passam por nós num desgaste e entropia rápidas, o Museu não é só um espaço alternativo de estabilidade da memória e conservação de objectos e imagens – que resistem à nossa passagem por eles, que já foram admirados por gerações anteriores e com o nosso olhar se aprontam para serem admirados por gerações futuras –, como também é a grande reserva de um modo de estar mais contemplativo, onde a experiência tem tempo para si e se enriquece. Ser amigo do Museu é ser amigo desse tempo especial que no seu espaço se cativa e em que temos tempo para nos relacionamos com o que se distingue como cultura.

Ser amigo do Museu do Chiado privilegia uma aproximação múltipla a um espaço cultural de excepção: porque é uma menção decisiva da nossa história dos Museus (e, pensa-se, o primeiro Museu mundial nascido com o nome e função de Arte Contemporânea); porque é um dos marcos dos circuitos culturais do Chiado e porque é uma referência maior da nossa história das artes plásticas nascida com a aventura republicana a partir da Escola de Belas Artes, sua vizinha, e a cuja história se liga.

 Se hoje somos seduzidos para termos cartões especiais de livrarias, de espaços comerciais e de bancos, mais sentido fará sermos amigos de um espaço cultural como é o Museu. Ser amigo do Museu leva-nos a essa dupla relação que nele se estabelece; entre a proximidade à obra, à qual dentro dele somos bem conduzidos (e haverá melhor e mais ajustado local para nos orientar à contemplação de um objecto cultural?); e essa exterioridade urbana de que ele e o seu espólio cultural fazem parte (sublinhado neste caso por se tratar do mítico Chiado). E ser amigo do Museu é estar lá, animando e ajudando a instituição a partir do nosso lugar da cidadania – que foi o lugar privilegiado das democracias contemporâneas das quais e para as quais nasceu a moderna concepção de Museu.

Fernando Rosa Dias
17 de abril de 2014



Raquel Henriques da Silva, 2012

Raquel Henriques da Silva

Professora Associada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa

Para mim, é uma honra e um desafio permanente ser Amiga do MNAC-Museu do Chiado. Integro uma espécie de família, unida pelo amor ao Museu. O que significa: dar algum do meu tempo para aceitar desafios, contribuir monetariamente, embora de modo muito modesto, para o seu orçamento e, sobretudo, entrar e sentir-me em casa, amiga daquela excepcional equipa, dedicada e competente.
Amo todos os museus mas este é especial: ali no centro do Chiado, percorrido de memórias e de projectos onde preciso de reencontrar, frequentemente, algumas das obras de arte portuguesas que especialmente estudei e que, por isso, são também um pouco minhas.

Raquel Henriques da Silva
2 de julho de 2014
Pedro Lapa

Pedro Lapa

Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Diretor Artístico do Museu Coleção Berardo


Os Amigos do Museu constituíram um dos mais sólidos apoios com que pude contar durante a minha direção. Graças a eles muitas novas obras puderam ser adquiridas de forma a colmatar as lacunas da coleção nacional, que tem por missão representar o

último século e meio dos desenvolvimentos artísticos no país. A minha gratidão não terá nunca esquecimento.

Para além disso, a participação nesta associação é um ato de manifesto empenho no que é uma instituição de salvaguarda da memória do passado recente — da modernidade e do nosso presente — enquanto condição de reflexão crítica sobre a qual podemos projetar os nossos porvires, para não ficarmos plasmados num tempo infinitamente perdido. Poucos museus nacionais podem cumprir este desígnio, os amigos do MNAC são uma das mais efetivas formas de o praticar.


Pedro Lapa

30 de julho de 2014    

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